quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Ariana






Ela é o tipo perfeito da ariana,Branca, nevada, púbere, mimosa,A carne exuberante e capitosaTrescala a essência que de si dimana.As níveas pomas do candor da rosa,Rendilhando-lhe o colo de sultana,Emergem da camisa cetinosaEntre as rendas sutis de filigrana.Dorme talvez. Em flácido abandonoLembra formosa no seu casto sonoA languidez dormente da indiana,Enquanto o amante pálido, a seu ladoMedita, a fronte triste, o olhar veladoNo Mistério da Carne Soberana.




"Augusto dos Anjos"


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