sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Pétalas ao Vento


A beleza da rosa em esconder seus espinhos a faz parecer inocente
Escondendo sua cor evidente e verdadeira
Sua alma é vermelha, seus desejos impuros, presos na terra pela raiz
Sem malícia vive do sol, da chuva e dos ventos que chegam até ela
Ela não é rosa e sim vermelha, esconde sua ansiedade de beber a água da cachoeira mais distante
Mas seria uma longa caminhada para essa rosa entediada
Que viu todos a sua volta indo e vindo sem perceber que sua vida valeria mais se não caminhasse até essas águas nunca calmas
A rosa que fez de suas pétalas asas.

Em uma noite de luar e céu estrelado voou longe
Um lugar desconhecido
Porém percebera que poucos tiveram a ousadia que a simples rosa teve nessa noite
Cada um esconde dentro de si o doce desejo de voar
Deixando que seus espinhos machuquem a consciência que lhe foi imposta
Ninguém nunca há de entender a rosa
Ninguém nunca há de entender a si próprio
Todos questionam seus próprios pensamentos
Todos se podaram além dos limites da sanidade
Mas ninguém terá a coragem e ousadia da pequena rosa que só quis ir além das dimensões geográficas que lhe foi imposta

A rosa e Eva que sempre foram ousadas em se questionar
Libertaram-se de um mundo hipócrita
E para toda eternidade serão mutiladas em todas as memórias de cada lenda que for passada
Geração por geração
O poder da rosa vermelha é mais ousado
O poder da maçã é mais profundo do que a hipocrisia humana
A sabedoria da serpente é mais desafiadora que a consciência e o conservadorismo medíocre
A rosa de Hiroshima era feita de espinhos da hipocrisia humana
M.A

Um comentário:

Ton Lupes disse...

Sem palavras... nem fôlego...
[tentando dizer algo]

...esses espinhos perfuram a epiderme dos apaixonados desavisados... q, contaminados de hipocrisia, lançam-se no mar de suas lamentações e se afogam no vermelho do amor possessivo!

...sem asas somos apenas o barulho do germinar das idéias, apenas consequência de qualquer pensamento dominador... sem asas somos mera rosa despetalada na estrada de volta para a rotineira pretensão de estarmos no caminho certo para a cachoeira longínqua... somos o que somos todos os dias! Hipócritas inrustidos!