sábado, 14 de fevereiro de 2009

Doentio




A maldição me cerca a cada passo que dou
E a cada passo que penso em dar me dói ,
E minhas pernas travam num ato tão sublime
Que paro, penso e continuo tentando
Já não tenho fôlego pra levar uma vida tão
Correta e linear
Sempre que tento andar sobre linhas retas
Os atalhos insistem em surgir no meio do caminho
Como curvas secretas
Me fazendo desviar da tênue linha reta
Ouçam, é o som da glória gritando pra mim mais uma vez
E eu fingi não escuta-l a,
Finjo não ouvir, finjo não ver
Finjo não ter medo do destino que eu mesma criei pra mim
Tentar morrer é tão difícil quanto tentar viver
Talvez seja mais simples viver sobre cacos de vidros,
Do que ser alguém que nunca fui ao lado dos
Hipócritas que as pessoas se tornaram
Essa falsidade que torna seres tão complexos e egocêntricos
A complexidade humana transformou o ‘’Ser’’ em ‘’Ter’’.
Eu Gosto é das mãos sujas de lama,
Eu Gosto é do gesto rude no olhar,
Eu Gosto é da maldita descrição que fazem sobre mim,
O sujo, o mal lavado e o desalinhado é que me interessa.

Um comentário:

Dan disse...

Sublime poesia e foto.
Todos os caminhos são tortos!

Aryaman S.