quinta-feira, 5 de abril de 2007

Ser








Queria poder ser a estabilidade mutua da minha existência
Deixar o medo de ‘Ser’, do lado de fora
Com a mesma calma de atravessar uma rua
Queria poder te beijar até cair minha língua
Andar de mãos dadas com um amor
Deixar fluir as sensações de poder se sentir estável
Mas a instabilidade da minha incrível liberdade
Me prende em uma rua sem saída
Sem volta...
Preso em uma mundo sem chaves
Instável, de tanto correr de mim mesmo
Já perdi todos meus pés
Ando me arrastando em um caminho só
Apenas com as muletas que tu me emprestastes
Em uma noite de lua cheia
Na beira do abismo,quando fui me jogar
Já estava cego, sem teus braços pra me segurar
Algemado sempre ao vento, deixando ele levar minhas pernas aleijadas
Para a longa liberdade sem fim
Talvez aquele abismo fosse meu único amigo
Fosse me acolher em seus olhos profundos
A longa eternidade de conseguir atingir
Um abrigo aconchegante
Largue a dor da vida
Deite-se com sua inimiga intima todas as noites
Ela irá lhe confortar da sombria luz do sol
Que te cega sempre ao meio dia.



M.A

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